quarta-feira, 8 de maio de 2013

um mal entendido


Um mal-entendido!

Era sete horas de manhã quando o casal, Maria Alice, uma mulher de 53 anos e o Mário já um homem com pouco mais de idade, de 65 anos, entraram na cozinha preparados para saírem de casa.

- Vamos embora, querido! Ontem quase não dormi, só a pensar no gato. Temos que arranjá-lo uma casa onde ficar porque ele não pode mais ficar naquela situação monstruosa. – Disse a Maria Alice para o Mário.

- Tens razão, mulher, mas não te apoquentes mais com isso que hoje com certeza que arranjemos um lugar melhor para o gato ficar. – Consolou o Mário a vestir o seu velho casaco.

Tomara que sim, meu marido! Tomara que sim! – Maria Alice calçou as suas luvas e abriu a porta para o Mário. – Não acredito que cuidar de gato seja assim tão difícil...

Saíram os dois e fecharam a porta. Foram preciso uns segundos após o carro movimentar-se, para que a chávena fofoqueira salta-se da estante onde estava para cima da mesa.

- Ouviram o que os donos disseram? Vão tirar o gato daqui de casa! Ouviram... – Gritou a chávena fofoqueira em pulos de alegria.

- Do que é que estas a falar chávena? – Perguntou a mesa sincera. – E vê se paras de saltar por cima de mim, se faz favor.

- Que rabugento que estas hoje! Não ouviste o que os donos disseram antes de saírem? Eles vão levar o gato para longe daqui. – Repetiu a chávena.

- Ah sério? Coitado do gato que ele não merece isso.

- Coitado do gato porquê? – Perguntou a Cadeira rabugenta.

- Os donos querem livra-se do gato. – Repetiu a chávena muito orgulhosa de si. – Fui eu que ouvi tudo.

- Oh não acredito?! Verdade? Vamos finalmente nos livrar daquele gato pulguento, sujo e gordo? – Perguntou a cadeira sorrindo radiante. A chávena acenou-lhe que sim. – Deus ouviu finalmente as minhas preces que isto é música para os meus ouvidos.

- Eu não acho nada bem! – Descordou a mesa.

- Concordo com a mesa! – Exclamou a chaleira sábia que estava muito quietinha no seu canto a ouvi-los atentamente. Olhou para todos, muito séria. – Tudo bem que aquele gato as vezes me tira da cabeça com os seus mal tratos, mas são apenas brincadeiras dele.

- Pois eu tenho três motivos para ver aquele gato bem longe de mim: é sujo, pulguento e gordo. – Reclamou a Cadeira. – Aquele gato tem é mais que sair desta casa.

Neste preciso momento entrou o gato na cozinha a despreguiçar-se preguiçosamente, depois subiu para da cadeira.

- Posso saber que reunião é este que não fui convocado? E porquê que pensas que iria sair desta casa, cadeira rabugenta? – Perguntou então o gato mandão descontraindo-se na cadeira.

- Sai de cima de mim, seu pulguento. – Refilou a cadeira em gritos. – Não vejo a hora e o dia de me ver livre das tuas pulgas e sujidades.

- Podem explicar-me esta história?! – Pediu o gato.

- Os donos foram arranjar uma casa nova para ti. – Respondeu então a chávena mais uma vez muito orgulhosa. – Fui eu que ouvi tudo...

- Para onde vou? Não posso sair desta casa onde cresci. Não posso… – Repetiu gato descendo da cadeira muito preocupado. Ficou a andar volta da cozinha murmurando muito triste. 

- Viram como ele ficou? Coitado do pobre gato. – Disse a mesa, muito baixinho para os outros.

Chaleira desceu da bancada e juntou-se aos outros.

- E se fizéssemos alguma coisa? – Sugeriu a chaleira e gato animou-se assim que ouviu a sugestão. Parou de andar e aproximou-se deles.

- Boa sugestão, mas que poderei eu fazer para que os donos voltem atrás com a decisão? – Perguntou o gato para todos.

- Podemos prepará-los um bom pequeno-almoço para quando chegarem. – Concluiu a mesa muito entusiasmada e logo todos concordaram com ela, todos, menos da cadeira. 

- Ah, está bem! Eu ajudo no que precisarem, mas tens que prometer tomar um banho para tirar todas essas sujeiras do teu corpo. – Impôs a cadeira para o gato.

- Está bem. Vou já tomar o banho. – Gato saiu da cozinha e foi para a casa de banho dos donos. Encheu a banheira de água quente e entrou na água banhando-se com gel e sabão. Quando saiu do banho, sacudiu o corpo para tirar a água do corpo.

- Opah! Estavas mesmo a precisar de um banho, amigo! – Exclamou a escova tristonha a olhar para a água completamente suja que ficou na banheira. Tristonha porque sentia-se muito insolada e inútil e sempre fechada na casa de banho.

- Foi um grande sacrifício que espero valer a pena. – Gato foi diante o espelho e abriu a boca para ver os seus dentes. Agarrou na escova tristonha e pôs a pasta do dente por cima.

- Hei, que vais fazer comigo? Eu sou uma escova para os humanos, não para os animais domésticos. – Protestou a escova.

Gato nem se importou com o que disse a escova e enviou a escova na boca, escovando uma e mais vezes os seus sujos dentes.

No entanto na cozinha, estavam todos muito empinados para surpreender os donos com uma mesa bem-posta. Já tinham quase tudo, a mesa bem estendida com uma toalha, um vazo de flores no meio, manteiga e o queijo para barrar no pão ou bolachas e acompanhar com o chã quentinha já a ser preparada.

- Já posso entrar na água? – Perguntou chã brincalhona ao lado muito impaciente.

- Agora já podes. – Anunciou-lhe a chaleira abrindo a tampa de cima.

- Aqui vou euuuuuu… – Gritou então chã entrar na água quente quase a ferver.

Com o chã quase feito, só faltava mesmo os pires para pôr as chávenas em cima.

- E aqui estou eu e o meu primo para isso. – Disse o pires bailarino saindo da gaveta com seu primo atrás a imitá-lo na sua dança loca em cima da mesa.

- Eles vêm aí! – Gritou o gato entrando na cozinha a toda pressa. – Rápido que eles vem aí…

- Aos vossos lugares… – Gritou a caideira e rapidamente todos puseram-se nos seus respetivos lugares.

Entrou então a Maria Alice e o Mário na cozinha surpreendidos logo pela mesma posta. Estranharam!

- Quem terá feito tudo isto? – Perguntou então a Maria Alice.

Gato aproximou-se dela, agarrou-lhe pela saia e puxou-a para sentar-se na cadeira.

- Este gato está sempre a surpreender-me! – Exclamou o Mário com um sorriso espantado. Trazia com ele um sexto pequenino na mão que posou logo no chão e tirou lá de dentro um gatinho bebé. – Seja bem-vindo a tua nova casa gatinho. De certeza que o gato cuidará bem de ti.

- Sem dúvida que está casa é perfeita para ele ficar. Ainda bem que fomos busca-lo e trazê-lo para aqui. Ficará bem na companhia do gato. – Acrescentou a Maria Alice muito feliz.

- Ops! – Deixou escapar a chávena, muito baixinho. – Acho que houve aqui um grande mal-entendido…

Gato já muito furioso, assim que o gatinho bebé aproximou-se dele assanhou para o coitadinho e afastou-se murmurando baixinho.

- Porque fui dar ouvidos há uma chávena fofoqueira?! Bela prenda que me foram arranjar…
FIM
 

 
 
 
Uma pequena história baseado em obejetos usados diariamente e um gato, sendo que todos eles ganham vidas. Mal entendido porque primeiro vai haver uma grande confusão entre eles até chgarem a conclusão que tiveram compeltamente enganados. É simples, mas ao mesmo tempo muito divertida.  

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